O mundo corporativo tem passado por transformações frequentes e em velocidade cada vez mais intensa. Com isso, as necessidades das empresas têm evoluído e profissionais com habilidades dinâmicas e abrangentes em diversas áreas são disputados no mercado atual.

Graduação (conhecimento técnico/específico), conhecimento de idioma estrangeiro e experiência na área são os fatores mais considerados na maioria dos processos seletivos. Esse cenário, porém, está com os dias contados. É o que garante José Roberto Marques, Presidente do Instituto Brasileiro de Coaching - IBC: "As organizações perceberam que habilidades comportamentais, alinhadas com expertise técnica, dão mais resultados. Com isso, passaram a enxergar o ser humano por trás do profissional, atentando ao perfil de cada um e a alocar os profissionais em funções que combinem com suas capacidades comportamentais e seus anseios profissionais e pessoais".

Mariana Oliva de Paiva, Gerente de Atração de Talentos da Braskem, concorda: "Uma boa formação é importante para o currículo, mas, cada vez mais, a formação e a universidade já não são os principais atributos quando contratamos um jovem". Habilidades como capacidade de relacionamento, resiliência, inteligência emocional, inconformismo e empreendedorismo são as principais características que as empresas estão buscando".

Para se destacar nesse cenário, ela diz que os jovens podem se dedicar a entidades como Empresa Júnior, Ciências sem Fronteiras, AIESEC, CA, entre outras, que demonstram engajamento extra-acadêmico, que ajuda no desenvolvimento profissional.

Novas necessidades

A sociedade passou por diversas transformações que se refletiram no mercado de trabalho e dentro das companhias. "Estamos vivendo um momento em que as empresas estão se reinventando para adaptar-se a uma nova forma de trabalho", avalia Mariana. Por isso, novas tendências vêm para ficar, como a diversidade.  Cada vez mais presente dentro das instituições, ela faz respeitar as diferenças e saber separar pessoal do profissional, algo cada vez mais valorizado. "Saber lidar com a variedade de perfis, aceitar críticas - e ser crítico - e ter um olhar para as soluções dos problemas fazem parte de um pacote de fatores que as empresas buscam", lembra Luciana Montuaneli, Diretora de Recursos Humanos & Comunicação da Allianz Partners.

Indo ao encontro do pensamento de que o comportamento é tão importante quanto uma graduação, existe um fator que pode ser o diferencial para o sucesso no futuro: "O espírito empreendedor deve fazer parte dos planos de carreira dos jovens profissionais, seja para atuar em organizações, seja para alcançar diretamente o consumidor final", opina Waldir Lúcio, Gerente de Recursos Humanos da Atlas Copco Brasil.

Com tantas mudanças nas expectativas das organizações, a maneira de encontrar novos talentos também mudou.  "No passado, buscavam-se pessoas com muita experiência e não importava muito se havia a formação adequada. Depois veio a onda de que as pessoas precisavam ter graduação naquele mercado em especial. Hoje em dia, essas questões continuam fortes, mas o fator humano tem mais relevância e as questões ligadas à personalidade têm contado muito. As empresas estão com um viés humanista muito consistente", comenta Luciana.

A seguir, preparamos algumas dicas de habilidades que serão exigidas pelo mercado de trabalho no futuro: