Já ouviu falar de crowdlearning?

A Internet está unindo pessoas interessadas em ensinar ou aprender determinados assuntos - sem que, para isso, seja necessário frequentar uma escola.
Imagine ter a liberdade de ensinar ou aprender um tema de seu interesse, reunindo pessoas em uma roda de conversa informal em qualquer lugar: um bar, um parque, uma pequena sala, uma cafeteria. Essa experiência pode ser paga ou gratuita e transformar o aprendizado em algo descomplicado, agregador e colaborativo, sem falar na possibilidade de aumentar o networking. Essa é a ideia por trás do crowdlearning (crowd = multidão + learning = aprendizado), um novo conceito de compartilhamento de conhecimentos que vem ganhando adeptos em todo o mundo na última década - especialmente entre pessoas que querem acrescentar coisas novas à bagagem pessoal e profissional sem gastar muito.
Mais próximo de uma "escola dos sonhos" do que de um curso formal, o crowdlearning permite a qualquer pessoa promover encontros sobre qualquer assunto, publicando um chamado em plataformas específicas para a divulgação desse tipo de evento. Uma espiada em algumas delas - como as brasileiras Nós.vc , Cinese.me e A Grande Escola , e a americana School of Everything - revela quão variado pode ser o menu: de pintura de mandalas a literatura, passando por fotografia, culinária, design, educação, dança, comunicação, projetos sociais e psicologia, entre muitos outros temas. Nesses encontros, cada participante - gente com diferentes experiências e perspectivas - expõe seus conhecimentos e tira dúvidas em um ambiente leve e despojado.
Como funciona
Cada encontro precisa ser promovido em uma chamada pública e reunir um determinado número de inscritos para acontecer. Quem define o local, o preço (que pode variar de R$ 10 a R$ 300), o número mínimo de pessoas e o prazo é o próprio organizador. Se chegar lá, o encontro é confirmado e realizado; se não, todas as pessoas que pagaram recebem o dinheiro de volta ou créditos para usarem em outros eventos oferecidos pela plataforma. Há outros formatos, como o da A Grande Escola, cujos cursos são propostos pelos próprios organizadores, mas também recebe sugestões e abre oportunidade de inscrição para quem deseja ser um educador.No crowdlearning, ninguém perde dinheiro. Se a inscrição for gratuita, não há taxa alguma; se for paga e atingir o número de pessoas inscritas até a data limite, o encontro é realizado - caso contrário, não acontece e ninguém paga nada. Para manter os custos, as empresas que promovem as iniciativas ficam com um percentual do valor cobrado nos cursos pagos, que varia entre 7% e 20%. Em geral, independentemente do modelo, não há certificado; a intenção é a pura troca de conhecimento.
Crowd... o quê?
O poder das multidões vem sendo usado para tornar realidade os sonhos e projetos de milhares de pessoas. Saiba mais sobre dois outros formatos que vêm movimentando a economia colaborativa:Crowdsourcing - é a união voluntária e colaborativa de pessoas de diversas partes do mundo para resolver problemas, criar conteúdo para um projeto específico ou desenvolver novas tecnologias. A ideia é unir a inteligência de pessoas com diversos tipos de conhecimento, recompensando-as com pequenas quantias. Foi assim que nasceu, por exemplo, o navegador Firefox. Outra forma de definir o crowdsourcing é a união de pessoas que possuem um recurso para compartilhar com pessoas interessadas - como é o caso do Airbnb e do BlaBlaCar .
Crowdfunding - é o financiamento colaborativo de projetos ou ideias de interesse coletivo, em que várias pessoas contribuem com uma pequena quantia até ser atingido o valor para viabilizá-los. Um bom exemplo mundial é o Kickstarter , que já permitiu a realização de mais de 127 mil projetos, apoiados por mais de 13 milhões de pessoas. No Brasil, o Catarse já ajudou a financiar mais de 4 mil projetos desde 2011.