Ambos os profissionais conseguem alcançar o sucesso desejado - o que, no entanto, exige o desenvolvimento de habilidades distintas

Houve um tempo em que apenas quem alcançava o cargo de liderança era visto como bem-sucedido profissionalmente. Por isso, muitos jovens passavam boa parte da carreira batalhando para ascender dentro das empresas.

Hoje, segundo Milie Haji, gerente de Projetos da Cia. de Talentos, existe uma perspectiva de carreira horizontal, na qual o jovem tanto pode se desenvolver e gerenciar pessoas quanto se tornar especialista em sua área.

"Notamos que o profissional que quer ser líder tem preferência por trabalhar em equipe, não tem dificuldade em dar feedback, vê afinidades com o time e tem como meta futura se envolver mais em trabalhos e projetos com pessoas", conta Milie. Por isso, o profissional com esse perfil precisa investir em cursos que possibilitem aprender a tratar temas como conflitos, conversas difíceis, trabalhar melhor a empatia e envolver-se diretamente com o tema de liderança. "Vale buscar cursos formais, como MBA em Gestão de Pessoas, ou mesmo um líder coach para um aprendizado mais informal", diz a gerente de Projetos.

Liderar equipes, no entanto, não é o sonho de todos os jovens. Muitos desejam se tornar especialistas, referências em sua área de atuação, sem ter de gerir pessoas. "É o que chamamos de carreira em Y, pois o profissional pode optar por seguir o ramo gerencial, no qual terá de cuidar de uma equipe, ou tornar-se especialista, uma referência em sua área."

Em muitas empresas, incluindo a Braskem, o profissional especialista tem posição, desafios, benefícios e salários tão bons quanto os líderes. "A ideia de que, para ter sucesso e status, é preciso ser líder não é uma realidade. Um especialista também tem um bom salário, assume posições e sente-se à vontade em seu perfil profissional", destaca Milie, que lembra que o mercado, inclusive, tem dificuldade para preencher algumas vagas de especialista, como em áreas técnicas de pesquisa.

O perfil do especialista é o de alguém que busca conhecimento específico, mas quer ter autonomia e gestão de suas funções e projetos, sem necessariamente precisar validar com o time. Apesar de parecer uma carreira solitária, muitas vezes esse profissional estará dentro de um time, porém com mais liberdade de atuação.