Você sabe lidar com pessoas difíceis?

O ambiente de trabalho tem muitos desafios diários. Um deles é conviver harmonicamente com pessoas de personalidades, comportamentos, histórias de vida, crenças, valores e opiniões diversas. Muitas vezes, essas características não combinam com as nossas ou o outro tem atitudes que testam nossa paciência, e uma relação profissional que poderia ser harmônica se torna bastante difícil.  

Mas será que a dificuldade está no outro ou o problema está em nós, que não sabemos lidar com ela? "Quando uma pessoa nos desperta gatilhos negativos com seu comportamento, a responsabilidade de saber lidar com esses sentimentos é nossa", diz a coach e consultora de carreira Adriana Cubas. "Agora, quando ela acaba prejudicando e influenciando negativamente mais de uma pessoa com seu comportamento porque isso faz parte de seu caráter, aí é uma questão que envolve feedbacks e, por vezes, medidas mais drásticas, como advertência ou demissão".

Como dificilmente o outro irá mudar seu comportamento no dia a dia, o melhor é alterar a nossa forma de interpretar as situações, deixando de lado as emoções e usando mais a razão. "Quando a situação mexe com nosso emocional, é difícil parar para analisar o que está acontecendo de fato. Geralmente reagimos porque não somos educados emocionalmente. Nesses casos, o melhor é não entrar no jogo da pessoa que está causando a situação desagradável", diz Adriana.

Segundo ela, às vezes, é exatamente isso que a pessoa quer: um ´reconhecimento´ de que seu comportamento está causando algum efeito. "Não reaja, não responda aos ataques. Respire fundo e analise o que de fato está acontecendo para que tome as decisões com propriedade e profissionalismo", sugere.

Para chegar a esse ponto, além da inteligência emocional, é muito importante fazer um trabalho de autoconhecimento. Entender quais são seus valores, de onde vêm e o que afeta suas emoções, quais são suas qualidades, inseguranças, limitações e expectativas em relação a outras pessoas, por exemplo, são alguns dos aspectos que precisam ser avaliados. Essas informações ajudam a conviver melhor com pessoas consideradas difíceis e até a desenhar uma estratégia para lidar com elas.

Nesse processo, empatia é fundamental, pois ajuda a entender por que a outra pessoa age daquela forma. "É preciso se colocar no lugar do outro sem julgamentos, levando em consideração a realidade que ele vive. É um desafio, pois sempre trazemos nossos conteúdos emocionais nessa análise e, invariavelmente, julgamos essa pessoa por nossos filtros emocional e moral", indica Adriana. E tudo isso, é claro, vale também para as relações pessoais. Afinal, pessoas difíceis não são exclusivas do ambiente profissional.