Braskem Rigeo: A evolução dos grades bimodais para produção de embalagens para produtos químicos e agroquímicos
Flávia Cortinove
Engenheiro de Aplicação da Braskem
INTRODUÇÃO
Embalagens sopradas de polietileno (PE) são utilizadas no mercado de produtos químicos e agroquímicos. Os grades para essas aplicações sempre tiveram dois objetivos bem definidos: alta rigidez e alta resistência ao environmental stress cracking (ESCR).
A rigidez do produto está relacionada à necessidade de empilhamento das embalagens. Conforme seus desenhos foram sendo aprimorados e permitindo auto empilhamento, essa propriedade foi sendo mais exigida.
Já a resistência ao ESCR está relacionada à capacidade da peça em se conservar de quebras sob a condição combinada entre tensão e um agente químico.
No Brasil, desde janeiro de 2007, há exigências para o transporte de substâncias perigosas. As embalagens para esses produtos necessitam ter aprovação do Inmetro e atender às resoluções vigentes. A resolução atual da ANTT é a 5.232.
O DESAFIO DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS:
Novos materiais visam atender aos requisitos de mercado: rigidez, ESCR e resistência ao impacto. Porém a alteração de uma propriedade pode impactar negativamente em outra.
Rigidez
A rigidez de um PEAD depende da cristalização de suas moléculas. O modelo que representa a cristalização do PEAD é o de lamelas, na qual as cadeias dobram sobre si mesmas de forma regular, estabelecendo um "plano de dobramento". O PEAD é um material semicristalino e terá regiões cristalinas e regiões amorfas (as que não se dobram e não se organizam). O conjunto de diversas lamelas formará no polietileno uma estrutura conhecida como esferulito. Quanto maior a cristalinidade do material, maior será a densidade e, portanto, maior será sua rigidez.
RESISTÊNCIA AO ENVIRONMENTAL STRESS CRACKING (ESCR)
A quebra por ESCR é um fenômeno que ocorre quando um material plástico é colocado sob tensão e em contato com um agente químico simultaneamente.
O agente químico não causa um ataque químico direto ou uma degradação molecular. Surfactantes são um exemplo desses agentes e são frequentemente utilizados na produção de defensivos agrícolas. Ele interage com a estrutura molecular interferindo nas ligações de forças intermoleculares, acelerando um desemaranhamento das cadeias da região amorfa. Somando-se à tensão constante, o material irá se comportar como um material em processo de falha por fluência.
COMO AUMENTAR A RESISTÊNCIA AO ESCR DO PRODUTO?
Sabendo que a separação das lamelas cristalinas pelo desemaranhamento e rompimento das moléculas na região amorfa é o mecanismo da falha por ESCR, é necessário que uma melhoria atue nessa região para maior resistência.
As tie molecules ou moléculas de amarração são as responsáveis por essa melhoria. Elas são grandes o suficiente para participarem da ordenação de mais de uma lamela. Porém, para que essa molécula participe da lamela adjacente é necessário acrescentar um "defeito" em sua cadeia, que são os comonômeros.
Eles favorecem o envolvimento dessas moléculas em duas ou mais lamelas, passando pela região amorfa, sendo essencial para a propriedade de resistência ao ESCR.
PRODUTOS BRASKEM RIGEO
Os produtos da família Braskem Rigeo são uma evolução dos grades de sopro para produção de frascos e contêineres. São produtos bimodais com alta rigidez, ótima resistência ao impacto e elevada resistência ao ESCR. A família conta com grades para produção desde frascos até embalagens de 60 L.
Rigeo 4950HSM
Recomendado para a produção de frascos para produtos químicos e agroquímicos. Com maior índice de fluidez e maior densidade, esse produto se destaca por possibilitar melhor processabilidade e maior rigidez.

Rigeo HD1954M
Recomendado para produção de contêineres até 20 L, seu diferencial é maior rigidez, melhor processabilidade e elevada ESCR.

Rigeo HD1053M
Possui o maior valor de ESCR, conciliando rigidez e resistência ao impacto. Indicado para a produção de embalagens de 10 L - 60 L.

Artigos
Conteúdos recentes