Engenheiras da Braskem na Bahia estão entre as cinco únicas mulheres a conquistar certificação internacional no Brasil

A prova para obter a certificação exige conhecimento em normas internacionais de tubulações industriais
Dos 29 brasileiros certificados na API 570, outorgado pela American Petroleum Institute (API), 14 são integrantes da Braskem, das quais, quatro, são mulheres baianas entre as cinco em todo o território nacional. A certificação serve para atestar o conhecimento de profissionais que possam garantir a segurança e integridade de sistemas de tubulações; cumprir padrões internacionais de normas e regulamentações; prevenir falhas e acidentes; e melhorar a confiabilidade operacional.
Ariane Candido Batista, Taís Helena de Faria, Ingrid Pereira de Moraes Silva e Carolaine Velame Cerqueira foram as quatro mulheres baianas, integrantes do Polo Industrial de Camaçari que conseguiram a certificação. Para realizarem o feito, elas e os demais integrantes que estavam participando da preparação passaram por uma maratona de estudos. Todos foram apoiados por uma iniciativa interna da Braskem intitulada Knowledge Sharing API 570 - "Compartilhamento de Conhecimento". A prova possui 7h30 de duração, além de 170 questões em inglês. A avaliação foi realizada em outubro de 2024, no Rio de Janeiro.
O engenheiro mecânico Gustavo Castro de Carvalho Silva foi um dos líderes do programa. Ele, que já possui a mesma certificação desde 2021, conta que, após se graduar na faculdade, sentiu falta de uma preparação mais voltada para a indústria, e que obter a API 570 o ajudou neste sentido. "Estudando para essa prova foi que consegui ter um arcabouço técnico que me desse segurança para a tomada de decisões. Então, conversando com colegas, a gente teve essa vontade de juntar as pessoas para estudar, dar esse repertório para esses jovens engenheiros que estavam chegando na mesma situação que eu", afirma.
A obtenção de 100% de aprovação da Braskem na API 570 em 2024 é um resultado muito acima da média mundial, segundo dados divulgados pela própria American Petroleum Institute. Desde outubro de 2018, quando a prova passou a valer 500 pontos, a média de aprovação vinha ficando na casa dos 50%. Os dados mais atuais divulgados pela entidade são de 2021, quando a média chegou ao pico de 68% na janela de fevereiro e 61% em junho, ainda bem abaixo do resultado obtido pelos integrantes da Braskem.
"Para fazer a prova, o candidato precisa saber também o conteúdo de outras 10 normas internacionais. É uma certificação muito completa", explicou Ariane, uma das certificadas. Já outra, Ingrid, relatou como foi a rotina de estudos. "Toda semana a gente se reunia para estudar, fazer simulados e, a partir disso, nos preparar para a prova. Das 18 pessoas que vinham se reunindo para estudar, cinco fizeram a avaliação".
Além das quatro mulheres, outro engenheiro da Braskem, Ramiro Marinho, fez a prova. Todos obtiveram a certificação. "Quando encontramos nossos nomes no site, a gente foi verificar quantas mulheres havia e, quando vimos, éramos uma das primeiras no Brasil", relembra Ingrid. O orgulho de fazer parte desse seleto grupo também é compartilhado por Taís. "A gente vem em um processo de construção do mercado feminino, ter engenheiras ocupando cargos de liderança, ocupando gerências, diretorias e presidências. Me sinto muito grata por fazer parte desse time", afirma.
Para o líder Gustavo, não havia dúvidas de que a equipe conseguiria a certificação. "Até porque, nos simulados, a gente era até mais rigoroso e elas tiravam notas boas. Fiquei muito feliz, me sentindo recompensado porque, querendo ou não, esse curso vai além da nossa rotina. Tem um esforço a mais, não só meu, mas de colegas que deram aulas. Quando a gente vê o resultado, é totalmente recompensador. Sentimento de dever cumprido", finalizou ele.