Tecnologia em desenvolvimento ampliará aplicações em polipropileno e polietileno. Primeira patente da Braskem é depositada internacionalmente.

A Braskem, primeira petroquímica brasileira a requisitar uma patente em nanotecnologia no Brasil, está depositando hoje no Brasil sua segunda patente relacionada com essa tecnologia, considerada uma das fronteiras mais promissoras na área da ciência dos polímeros e dos materiais em geral. Além dessa iniciativa, que confirma o pioneirismo da Braskem em nanotecnologia no mercado regional, a empresa acaba de realizar o depósito internacional da sua primeira patente relacionada com essa tecnologia.

Os nanocompósitos são resinas aditivadas com nanopartículas - cerca de 50 mil vezes menores do que um fio de cabelo - que proporcionam aos produtos propriedades físicas superiores, como rigidez 30% superior, mais brilho aos produtos e maior resistência a impactos.

Segundo Luiz de Mendonça, vice-presidente responsável pela Unidade de Negócios de Poliolefinas da Braskem, o desenvolvimento de novas resinas especiais é resultado da prioridade adotada pela empresa de ampliar em seu portfólio a participação de produtos com maior valor agregado. "Investir em tecnologia e inovação é parte do nosso compromisso de aumentar a competitividade toda cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos", explica Mendonça.

A nova patente consiste no desenvolvimento de um novo processo para a produção de nanocompósitos de polipropileno e polietilenos, por meio da reação de polimerização obtida diretamente nos reatores - ou "in situ", em linguagem técnica. Desenvolvido pela equipe do Centro de Tecnologia e Inovação Braskem em Triunfo/RS, em parceria com a UFRGS, esse processo inovador atenderá inicialmente o segmento de embalagens de alto desempenho. É o caso, por exemplo, de embalagens que exigem barreira à gordura ou vedação completa para aumentar a vida útil de produtos como café e salgadinhos industrializados, preservando suas características originais - aroma e crocância, entre elas.

Outro segmento que também será atendido com a nova tecnologia é o de plásticos de engenharia, muito utilizado no setor automobilístico e na fabricação de engrenagens, componentes de máquinas e equipamentos industriais, entre outros. Os setores de eletroeletrônicos e de eletrodomésticos de linha branca também serão beneficiados com a nova patente.

A primeira patente em nanotecnologia da Braskem, depositada no mercado brasileiro em 2005, atinge agora escala internacional. Refere-se ao desenvolvimento de um processo de produção de polipropileno aditivado com nanocompósitos e acaba de ser depositada na Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO), por meio do PCT - Patent Cooperation Treatment.

Com essas iniciativas, a Braskem atinge a marca de 140 patentes registradas no Brasil e no exterior, consolidando sua liderança no desenvolvimento de novas tecnologias de processos, produtos e aplicações dentro do setor petroquímico brasileiro. A expectativa da Braskem é lançar a primeira nanoresina no país entre o final deste ano e o início de 2007. "O mercado brasileiro e regional têm demanda crescente por resinas de alto valor para novas aplicações e em breve a nanotecnologia será uma fonte importante para suprir essas necessidades", afirma Luís Fernando Cassinelli, responsável pelo Centro de Tecnologia e Inovação Braskem.

Esse centro é o mais completo e bem equipado complexo de pesquisa e desenvolvimento da indústria petroquímica na América Latina. Com ativos tecnológicos avaliados em mais de R$ 330 milhões, distribuídos em sete plantas-piloto e 14 laboratórios, conta com uma equipe especializada formada por 170 pesquisadores e técnicos.